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Um prêmio para cada livro

  • Foto do escritor: Renato Grinbaum
    Renato Grinbaum
  • 5 de set. de 2015
  • 2 min de leitura

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Deve ter sido justo o prêmio Pulitzer. Deve ter sido merecida toda a repercussão da crítica e o volume de vendas. A verdade está sempre certa, e o prêmio são os louros inquestionáveis do sucesso. O livro é bem construído, personagens claros e bem marcados, a trama linear e crescente, com forte grau de ação e suspense. Roubos espetaculares, personagens alcoólatras ou drogados, encontro com a máfia em locais abandonados (Breaking bad? Se beber não case?). Traição, personagens misteriosos surgidos do nada, tiros de raspão e perseguições (Como a mira dos vilões é ruim!). Roteiro pronto para Hollywood. Diversão garantida. Nada fora do lugar, nada fora do tom. É engraçado, sempre reclamamos da prosa hermética e dizemos que um bom escritor é aquele que sabe contar uma boa história, mas quando ele se resume a contar a história não o encaramos com a mesma seriedade. Tartt não nos oferece mais do que uma visão século XXI de Oliver Twist. O bom órfão, menino corrompido pelas ruas e que continua bom. trama bem construída e narrada com todos os elementos esperados para uma grande ficção nova iorquina. E, no final, uma mudança de linguagem, uma lição de moral otimista, uma conclusão fora de lugar para conquistar o leitor. Para a previsível crítica americana, um retrato da América pós 11 de Setembro. A exposição nua e crua de uma sociedade violência. Mais um clichê. Mesmo com o final sensível e superficial, outro clichê. Sempre há uma frase de efeito de um crítico que nos faz sentir por dentro de algum movimento. O pintassilgo ganhou o mais importante prêmio de literatura dos Estados Unidos. Será um motivo de orgulho tão grande assim?



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